Arcano X - A Roda da Fortuna

Uma roda gira. É este o seu objetivo. E enquanto ela gira, seus elementos vão mudando de lugar: ora por baixo, ora por cima. Altos e baixos. Ascensão e queda. 

Olhem bem para estas figuras que retratam o arcano X do tarôt, A Roda da Fortuna. Entenda que aqui fortuna significa sorte, destino, e não bens materiais, dinheiro. O que vemos ali? É claro, uma roda, e criaturas parecem revezar-se para ocupar suas posições. Ora estamos por cima nesse girar (conseguimos alcançar uma posição de destaque e sucesso), e ora estamos por baixo, quando nosso lado animalesco nos domina e nos faz conhecer o lado escuro.

Às vezes, temos a impressão de que não importam os nossos esforços, essa roda gira indiferentemente a eles, levando-nos para cima e para baixo ao seu bel prazer. A Roda da Fortuna nos convida a entender e aceitar esses altos e baixos, essas mudanças. Ninguém flutua acima daquilo que a vida e o destino nos impõe. Compreender isso é alcançar sabedoria e aprender a humildade. 

Somos seres mutantes. A roda da vida gira e nos carrega com ela, e tentar permanecer imutável é cair e quebrar a cara. A inércia, neste caso, não é uma condição natural. 

Toda vez que olho para este arcano, penso em algumas religiões e em seus conceitos: a reencarnação espiritualista, a Samsara do Budismo, que também é o ciclo de morte e renascimento. E eu acho que nós morremos e renascemos várias vezes em uma mesma vida! 

No tarôt de Toth, é dito o seguinte sobre esta carta: " O ciclo vital e sua perenidade. (...) A estabilidade que só é adquirida a partir da compreensão dos ciclos vitais. Sendo a mutação uma condição permanente, a capacidade de adaptação a estas mudanças configura-se como a raiz de toda estabilidade."

Este arcano refere-se a uma mudança repentina, mesmo que seja esperada. Ele sugere movimento. Novas pessoas, novas viagens, transformações físicas, mudança de moradia, etc. E o que isso pode acarretar? É claro: inseguranças. medos. Vontade de permanecer como está, ali, no centro do nosso mundinho aparentemente seguro. 

Só que não. Não é isso que vai acontecer. E se tentarmos, ai de nós! Poderemos ser devorados por aquela esfinge ali, que exige que nós a decifremos.

Quando estamos tranquilos, mesmo que no centro de um furacão, nós vemos além das ilusões que nos cercam. A Roda da Fortuna nos pede para que aceitemos a mudança que está vindo, e aprendamos com ela, mesmo que ela não seja totalmente do nosso gosto ou vontade. Não é sábio nos abalarmos por eventos sobre os quais não temos controle. 

O signo que rege A Roda da Fortuna é Virgem, cujo elemento é Terra. isso é um paradoxo, pois Terra é um elemento estável. Virginianos são pessoas geralmente muito críticas e levam tudo muito à sério. 

O aspecto negativo desta carta fala em estagnação. Por isso, quando ela aparece em uma casa de obstáculo, talvez você esteja se negando a mudar, a se renovar! 

Na casa do amor, pode ser que ela esteja falando de um final. Com ou sem recomeços, tudo depende das atitudes do consulente. mas pode ser o final de um ciclo em um relacionamento ou o final do próprio relacionamento.

No trabalho, é aconselhável que você se movimente, se renove. E esteja atento ás mudanças à sua volta. 

Na verdade, esta não é uma carta boa ou ruim; está mais para neutra. Tudo depende do que você tem feito. está na hora de plantar ou de colher os frutos que você plantou. Prepare-se.

Lembrando que faço leituras por e-mail - escreva para mim: ana.anabailune@gmail.com. Estas serão as últimas leituras gratuitas!

Um Mágico

Seguimos o som dos aplausos na tarde quente de sábado, no shopping center em Itaipava. Era um mágico. Um rapaz de baixa estatura fazia uma performance no segundo piso, enquanto uma pequena platéia se reunia em volta dele. Erguia mesas no ar sem nenhum sinal de fios, conversava com um cachorro de pelúcia que respondia às suas perguntas e discutia com ele, fazia coisas desaparecerem e reaparecerem em locais diferentes. Sempre com a ajuda das pessoas da platéia. 

Enquanto eu o observava, sua baixa estatura foi se tornando cada vez menos notável. Ele crescia diante dos meus olhos. Seu olhar direto e seu sorriso aberto pareciam cativar a todos, e seu discurso, por si, já era a fórmula de um encantamento. 

Estou estudando tarôt, e aprendendo a encontrar os arquétipos no cotidiano. É claro, ele era o arquétipo 1, O Mago. A primeira carta do tarôt, que fala de  recomeços e novos caminhos, de nosso poder de realização e da capacidade de concretizar sonhos. O Mago é aquele que traz alguma coisa do mundo etéreo e a concretiza no mundo real. É também um ilusionista, em seu aspecto negativo, e nos faz crer (voluntariamente) nas inverdades que nos ajudam a viver. Quando somos enganados, nos deixamos enganar. Sabemos, ao observarmos um mago, que tudo aquilo é efeito de ilusão, mas queremos acreditar, e então nos rendemos à sua mágica e nos entregamos voluntariamente às mentiras doces que ele nos conta. Pelo menos, por alguns minutos. 

Fiquei tentando entender o que aquele Mago estilizado estava fazendo ali, e qual a sua mensagem para mim. E foi no final do espetáculo que eu compreendi:

Ele nos contou sobre como tornara-se um mágico, e de quando seu avô o incentivou a lutar pelo seu sonho. Aos nove anos, ganhou seu primeiro kit de mágico; aos doze, fez sua primeira apresentação, e desde então, vem viajando o Brasil e o mundo levando seu encantamento. Contou-nos também sobre um show de mágica que assistiu na TV, ainda criança, no qual o mágico fez nevar usando um guardanapo de papel e um copo d'água. Tinha sido naquele momento que ele decidira tornar-se mágico.

E então, ele nos fez o mesmo truque, e eu vi, encantada, pedacinhos molhados de papel serem abanados por um leque e voarem sobre nós como se fossem flocos de neve. 

Ele finalizou nos deixando a seguinte mensagem: "Lute pelos seus sonhos, pois ninguém irá fazer isso por você. Não importa quantos anos você tenha, é sempre a hora certa. Ninguém é jovem ou velho demais para realizar um sonho."

Aquela foi a mensagem do arcano 1, O Mago. 

Arcano IX - O Eremita

Eu hoje  quero falar sobre o Arcano nove, O Eremita, um de meus favoritos. 

Acredito que todos nós temos um Eremita dentro da gente. O Eremita fala daquele momento de ficarmos sozinhos, o momento de crescimento interior... e de solidão. Ele é a figura de um homem velho, segurando uma lanterna e olhando para trás. Talvez ele pergunte: "O que tenho feito? O que aprendi? A quem posso iluminar com o meu conhecimento? O que posso aprender, através da minha solidão, do meu momento de retirar-me?

O Eremita, segundo Crowley, é prudente e está fechado para balanço.  Suas percepções nascem não apenas da observação e da meditação, mas da experiência. Seu elemento é Terra, e está associado ao signo de Virgem. 

Apesar de denotar meditação e crescimento interior, O Eremita é prático. Guarda suas energias para agir na hora certa, e por isso, pode trazer uma 'morte' social momentânea. Tem uma ligação com o passado, mas ele o estuda para que possa chegar a um lugar melhor no futuro. Apesar de seu conhecimento sobre o mundo e de sua experiência, ainda há muitas coisas que ele precisa resolver em seu próprio coração. 

Quando aparece em um jogo, O Eremita sugere a necessidade de retirar-se e meditar, pensar e avaliar o que se tem, refletir sobre o que tem feito a fim de adquirir experiência antes seguir em frente. Em uma questão sobre relacionamento, eu diria (dependendo, é claro, das outras cartas que o cercam) que a pessoa estaria melhor se tirasse um tempo sozinha, e pensasse na relação que tem. Quem sabe, ela descubra que está na hora de mudar o rumo desta relação ou de acabar com ela de uma vez? fato é que não dá para deixar como está.

Acho esta carta bem positiva quando sai em uma questão sobre estudos, pois ela sugere contemplação e aprendizado. 

Já quando este arcano vai parar na casa das amizades, eu diria que o consulente talvez esteja se isolando demais, comunicando-se menos do que deveria. 

Porque o lado negativo deste arcano é justamente o isolamento exagerado, por um longo tempo, quem sabe, por medo de entregar-se. É muito bacana a gente se isolar para refletir e aprender através das nossas experiências, mas quando fazemos isso por puro medo, a fim de não assumirmos as nossas responsabilidades, estamos sendo um grande obstáculo ao nosso próprio crescimento. 

Em uma questão profissional, ele pode indicar a necessidade de especializar-se, estudar mais, aprender mais. Se necessário, buscar aconselhamento de alguém mais velho - e mais sábio.  

Uma reflexão bastante pessoal: às vezes a luz que carregamos, apesar de brilhar e iluminar os demais, ofusca a nós mesmos. Nós a erguemos tão perto dos próprios olhos, que ficamos parcialmente cegos,  e acabamos jogando uma quantidade exagerada de luz no próprio ego. Daí, a luz que temos, alimentada através da nossa experiência, da nossa vivência, que deveria ser algo tão bonito e tão forte de se partilhar, acaba virando presunção. 

Acho que a luz é necessária, mas luz demais cansa a vista, cega os olhos; sombras aqui e ali podem ser aconchegantes. Ninguém pode jogar uma grande quantidade da própria luz sobre outra pessoa, porque é necessário deixarmos um espaço para que a luz do outro  também brilhe, e que ele aprenda a jogá-la, ele mesmo, sobre suas próprias sombras, na quantidade que ele achar adequada. Ensinar e aprender deve ser um processo contínuo, e quando aquele que ensina joga seu conhecimento com toda a força sobre os ombros de um aprendiz que ainda não está preparado para absorvê-lo, sem respeitar o seu tempo, poderá sufocá-lo. Da mesma forma, acho que jamais alguém deverá valer-se de seu conhecimento a fim de humilhar os que sabem menos. 

Todo aquele que ensina deve ser generoso, e gentil, e paciente. Todo aquele que ensina deve ser humilde o suficiente para admitir que ainda tem muito o que aprender.


Observação: Quem desejar uma leitura, escreva para mim: ana.anabailune@gmail.com. É gratuito. É sigiloso. 

Mandala Astrológica - Brasil e o novo governo em 2019

MANDALA ASTROLÓGICA – BRASIL E O NOVO GOVERNO EM 2019

NOTA:  Tomei a liberdade de fazer esta mandala astrológica associando cada casa a um mês do ano. Acho que isso acontece com todo mundo que estuda algum oráculo: cedo ou tarde, eles vão se adaptando a nós e nós a eles, estabelecendo um caminho de interação e encontro que é diferente para cada intérprete. Esta é uma leitura despretensiosa - estou apenas no começo de meus estudos sobre o tarô - na qual precisei ainda consultar minhas anotações e alguns livros, ou seja, não usei apenas a minha interpretação pessoal, pois ainda não me sinto confortável para com este formato de jogo. Ainda preciso estudar bastante até que consiga manejá-lo sem consultar minhas anotações...

Fiz uma leitura pura, não baseada em minhas preferências políticas ou em qualquer ideologia - não me movimento através destas coisas, acho que toda leitura deve ser imparcial. Procurei me ater a apenas o que entendi do jogo em si. 

Casa 1- mês de janeiro – (personalidade, como está no momento) – A Sacerdotisa – Não haverá muitas mudanças neste mês, pois a equipe está concentrada em estudar os arredores e refletir sobre as ações a serem tomadas. Além disso, por estarem sob a mira de muitos inimigos, será sábio que não revelem todas as suas intenções logo de início. Este silêncio faz parte de uma estratégia de sabedoria, a fim de estabelecer mudanças mais duradouras que afetarão o país como um todo. 

Casa 2- mês de Fevereiro – (Dinheiro e finanças, o que está realizando) – A Roda da Fortuna – as mudanças começarão a tomar forma, trazendo altos e baixos que deverão ser administrados. Tais mudanças serão bem sucedidas e rapidamente aplicadas. Sob o ponto de vista da economia, haverá um crescimento e muito otimismo nos investidores. 

Casa 3 – mês de março – ( Inteligência, comunicação, pessoas mais próximas) – 7 de paus – Haverá muitos ataques de pessoas próximas, e talvez alguns desentendimentos sérios dentro da equipe de governo. O Presidente estará cercado de muita inveja e oposição, e precisará usar de muita inteligência a fim de combater tais energias negativas e nefastas. Ele deverá reforçar a ordem hierárquica, lembrando aos outros quem está no comando. Ao mesmo tempo, precisará livrar-se da oposição que se opõe apenas pelo ato de opor-se em si. 

Casa 4 – mês de Abril – (passado, história, o lar, a mãe) – Rei de Paus – Receberá ajuda de um amigo. Talvez um novo aliado – alguém de sua família poderá ter uma forte influência sobre algumas decisões importantes. 

Casa 5 – mês de maio – (criatividade, prazeres, filhos, amores e prazeres) -8 de paus – Grande movimentação e mudanças rápidas e drásticas. Talvez tais mudanças causem desconforto, o que poderá gerar desentendimentos e separações, pois tais mudanças parecerão impensadas e arriscadas aos demais, mas darão certo no final e se mostrarão positivas. O Presidente terá que ser muito forte a fim de enfrentar a oposição às suas ideias e levar adiante suas decisões, conseguindo a aprovação da maioria. 

Casa 6 – mês de Junho -  (O cotidiano, a saúde, a rotina) – 6 de espadas – Talvez seja preciso que o Presidente ou alguém influente dentro do governo precise de um afastamento temporário para cuidar da saúde. O governo passará por momentos de muita tensão, e poderá ser vítima de calúnias, mas conseguirá, após grandes esforços, reestabelecer o equilíbrio. 

Casa 7 – mês de julho - (relação principal, parceiros, inimigos declarados) – 9 de ouros – carta de sucesso e abundância, o que talvez signifique que se consiga superar as dificuldades da casa anterior. Ao mesmo tempo, o Presidente terá que preocupar-se com sua segurança pessoal. É preciso prudência. 

Casa 8 – mês de agosto – ( Mundo das crises, heranças, morte) – Rainha de Espadas – haverá um sofrimento neste setor, relacionado a uma mulher. Tal fato causará uma sensação de abandono e tristeza profundos. Quem sabe, tenha a ver com o afastamento de uma mulher importante na vida pessoal do Presidente ou uma de suas aliadas políticas. 

Casa 9 – mês de setembro – (Missão espiritual, viagens longas, estudos) – 6 de paus – Uma grande vitória. Boas notícias chegando que poderão trazer muito otimismo e um novo gás à equipe. Esforços bem sucedidos, coroamento dos objetivos principais. Momento de otimismo e muita alegria. 

Casa 10 – mês de outubro -(Fama, notoriedade, carreira, vocação) – Cavaleiro de espadas – esta carta significa habilidade, coragem e clareza de pensamento. Quem sabe, tal atitude venha do resultado obtido na casa anterior? O Presidente estará cheio de gás e de coragem, com poder e habilidade para levar adiante seu plano de governo. Mostrará grande capacidade de liderança e conseguirá contornar os obstáculos. Pode significar um aumento de popularidade, até mesmo entre seus opositores. 

Casa 11 – mês de novembro – ( síntese do futuro, posição social, o coletivo, grupos, organizações ) – 8 de espadas – Algumas crises internas passageiras. Problemas judiciais, quem sabe, escândalos no governo que podem desestabilizá-lo temporariamente. Talvez haja afastamentos e prisões. 

Casa 12 – mês de dezembro – ( Desafio cármico, servir altruísta, inimigos secretos) – 3 de ouros – O desafio cármico deste governo será obter o reconhecimento público pelo trabalho realizado. Terá que suplantar muitas dificuldades, não apenas as existentes no ato de governar, mas principalmente os opositores per se. As habilidades profissionais dos membros do governo estarão sempre sendo apontadas e criticadas, mesmo que obtenham resultados positivos. Haverá muitas notícias falsas, oposições declaradas e não declaradas, falsidades entre alguns que se dizem aliados e obstáculos a serem contornados. Porém, se houver trabalho duro e empenho, o objetivo será realizado. Se o Presidente e sua equipe se mantiverem focados em seus objetivos a respeito do país, e não de seus interesses pessoais, a tendência é dar certo. 

Carta central da mandala – A Justiça. – A Lei de Causa e Efeito. A virtude primordial.  Acho que não poderia haver uma carta mais apropriada para ocupar tal posição! Ela espelha exatamente aquilo que os eleitores do novo Presidente esperam: justiça. Equilíbrio, honestidade, moralidade, execução de ações e seus resultados positivos dentro das vidas de cada brasileiro. O equilíbrio da balança, cujo fiel andou, por tanto tempo, pendendo apenas para um lado: o das ideologias que em nada acrescentam, mas separam o povo e desequilibram o país. 

Vou acrescentar aqui uma representação desta carta feita por Graciela Skilton em seu livro “Tarô – Explorando o Futuro Através das cartas:”

“O trono de A Justiça é de ouro e isto simboliza o valor de sua função.

A espada é a ação e o poder de A Justiça na aplicação de sanções.

A espada e a balança constituem a Lei. (nota minha: uma espada tem dois gumes, e isso quer dizer que a justiça é imparcial e deve ser aplicada a quem a mereça).

A mulher representa A Justiça, mostra o reinado cósmico de sua figura.

As duas colunas que possui o trono são os elementos opostos que harmonizam A justiça.

A balança é a equidade e a imparcialidade."

Agora, diante desta leitura, vamos esperar e ver o que nos aguarda... lembrando que o tarô não é um instrumento de adivinhação, mas de reflexão, que pode mostrar alguns caminhos para o futuro, mas que trabalha, principalmente, com as energias do momento. 

Arcano VIII - A Justiça

Chegamos ao oitavo Arcano do tarôt, que é denominado A justiça. Sempre que olho para esta carta, uma reflexão me ocorre: o que é a justiça? Para a maioria das pessoas, a justiça é aquilo que acontece para favorecer-lhes pessoalmente, mesmo que eles estejam errados. Se meu inimigo (imaginário ou não) se fere em um acidente após prejudicar-me, verei isso como justiça... mesmo que eu seja hipócrita o suficiente para fingir que eu sinto muito! E na maioria das vezes, a justiça que desejamos não passa de um egoísta desejo de vingança.

Mas existe uma justiça Maior, que está bem acima daquilo que chamamos de justiça, e que abrange todas as pessoas: a Justiça Divina, que tudo vê, sabe e julga. Ela está além das nossas picuinhas e redemoinhos emocionais. Ela dá a justa paga a tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, quando deveríamos agir. Ela é a tal justiça do "colhemos o que plantamos," embora muitas vezes nós colhamos junto com aquilo que plantamos muitas ervas daninhas que não cultivamos, mas às quais deveríamos estar mais atentos, arrancando-as antes que dominassem parte da nossa hortinha. 

E é exatamente desta justiça que o tarô fala. Quando esta carta aparece em uma leitura, ela significa exatamente o que aparenta: a justiça pelos nossos atos. Se você plantou maçãs, colherá as maçãs que plantou, mas se plantou espinheiros... bem, a colheita deverá ser feita. Ela é a paga justa pelos nossos esforços, e nada mais além dos nossos esforços!

A lei de causa e Efeito, limpinha, inconfundível e inevitável. Se esta carta é boa ou não, daí, meu amigo, vai depender do que você anda fazendo.

Quando se ouve falar em carma, muita gente logo pensa em alguma coisa negativa. Mas o carma é apenas o fruto de nossas ações. Existe o bom carma. Se você quiser acumular um bom carma, não faça mal a ninguém, não faça fofoca, não magoe as pessoas de propósito (ou fingindo que foi sem querer), não tome para si o que não lhe pertence, não minta ou engane as pessoas que confiam em você e não humilhe ninguém. Ajude os outros de forma abnegada, sem pensar em recompensas e sem criticar suas falhas de forma sarcástica. Acima de tudo: nunca aponte o dedo para alguém dizendo "É para o seu bem" enquanto arranca o couro da pessoa diante dos outros. Se fizer isso, estará acumulando um carma bem ruim. 

Porque a Justiça verdadeira conhece o teor das nossas verdadeiras intenções. A sombra da justiça paira sobre cada um de nós e sobre todas as nossas ações, e a sua espada é cortante. 

As palavras-chave desta carta são: equilíbrio, ajuste, imparcialidade, pesar e medir, avaliar. mas até mesmo o desejo de justiça pode nos fazer cometer injustiças, e como tudo na vida, este arcano também têm seu lado não tão positivo: pré-julgamentos, crítica precipitada, PRECONCEITO. Ou seja: o lado ruim deste arcano é talvez um dos nossos lados mais humanos: a mania de demonizar a tudo e todos de quem não gostamos por algum motivo (ou por motivo nenhum). 

Traduzindo e resumindo um trechinho de Graciella Stiltton: "A justiça que sempre chega. A Justiça nos convida a uma reflexão interior para revisar nossos atos, pondo na balança os pros e os contras dos nossos atos passados. Sugere uma relação harmônica entre intelecto e sentimento, é a voz da consciência, que exige estabelecer o equilíbrio a partir de critérios internos e externos. 

Lado negativo: predomínio material, discórdia, abuso do poder, temer o desconhecido que existe na pessoa mesma."

Em um jogo sobre amor, ela pode significar uma separação entre um casal; para evitá-la, ambos devem conversar, pensar bastante e avaliar o que têm em mãos e a disposição de ambos para mudar e agir corretamente.  

Agora, um trecho do livro Gilded tarot, de Ciro Marchetti: "A personificação da Justiça mostra o passado e o futuro seguros em suas mãos. As balanças representam o equilíbrio cármico da vida, que deve ser mantido. (...) A Justiça está vendada; ela não tem o poder de ferí-lo. Você mesmo fez o seu carma. O que quer que tenha feito no passado, determina o seu futuro. Aprenda através dos seus erros e faça escolhas que levem a um futuro mais feliz."