quinta-feira, 8 de novembro de 2018

As Leituras e a Intuição








Existem muitas controvérsias sobre o quanto de uma leitura de tarôt é baseada nas mensagens das cartas, aquilo que elas mostram através das figuras sobre a mesa e do jogo em si, ou na intuição do cartomante. É preciso muito cuidado quando se trata destas diferenças - intuição ou leitura objetiva - porque, ao meu ver, os dois polos são perigosos. É claro que existe a leitura objetiva, pois se pudéssemos apenas olhar para alguém e dizer coisas sobre a vida desta pessoa, sem consultarmos qualquer oráculo, as cartas sequer seriam necessárias, pois seríamos adivinhos ou médiuns. 

Mas fazer uma leitura baseados apenas naquilo que as cartas dizem - ou seja, suas palavras-chave, e baseados apenas nas leituras de livros sobre o tarôt - é limitar o poder divinatório deste oráculo. Porque o tarôt é sim, um jogo divinatório, um oráculo! 

O que é um oráculo? Definição de dicionário: Do latim oracŭlum, o oráculo é uma resposta divina que chega às pessoas através dos sacerdotes ou de outros ministros. Essa resposta pode, aliás, reflectir-se através de sinais físicos ou símbolos que são interpretados pelos especialistas.

Também se conhece como oráculo o lugar onde se realiza este tipo de consultas e se recebe as respostas.

Em uma leitura de tarôt, lemos sinais não apenas físicos, mas também a mensagem arquetípica que é antiquíssima, e que está além de uma simples leitura baseada apenas naquilo que diz cada carta - separadamente ou em conjunto. Tudo misturado à energia do consulente, que também influencia demais na interpretação do jogo, e à sensibilidade e ao grau de sensitividade do próprio tarólogo. 

Mas como podemos saber se é ou não lícito dizer aquilo que nos vêm sobre o consulente, no momento de uma consulta? Porque alguns inteprétes dizem que há coisas que podemos dizer, e coisas que não devemos dizer. Eu mesma fico muitas vezes diante deste dilema, pois não quero que minha interpretação soe leviana, mas  também não quero deixar de dizer coisas que eu considero importantes para o momento do consulente, e que poderiam ajudá-lo. 

Bem, na verdade, há maneiras e maneiras de se dizer alguma coisa. Acho que a pior coisa, é mentir. Por exemplo: suponhamos que em uma consulta sobre viagem me aparecessem juntas as cartas "A Morte" e "A Torre"; já li em alguns livros sobre tarôt que elas podem significar - digo podem, não necessariamente significam - uma morte física real ou um acidente grave. Devo deixar de dizer isto ao meu consulente ou não?  Pois bem, estou entre a cruz e a espada... falo ou não falo?

Se fosse uma viagem de carro, eu diria o seguinte: "Tome cuidado. Certifique-se de que o carro seja devidamente revisado, dirija devagar e com muita atenção, evite dirigir à noite e não pare em locais desertos." Se fosse uma viagem de avião, eu lhe diria para certificar-se de que a companhia aérea é confiável. Caso eu tivesse uma intuição muito forte a respeito de algum acidente, talvez eu aconselhasse a pessoa a fazer um pequeno adiamento. Mas eu não ficaria em paz com minha consciência se eu omitisse um fato importante, e este fato se confirmasse mais adiante. 

Na verdade, nunca me aconteceu - graças a Deus - de ter que relacionar estas duas cartas em uma questão relativa à viagens, mas se isso acontecesse, eu pelo menos diria ao meu consulente que a combinação das duas nesse tipo de pergunta não é nada positiva. E deixaria a ele a decisão sobre o que fazer. 

O que eu jamis faria, seria omitir fatos importantes, especialmente se eles estivessem diretamente relacionados à pergunta. Em uma leitura de tarôt, eu, como intérprete, acho que devo dizer tudo que está ali, mas da maneira certa, com cuidado e sem soar invasiva. É muito difícil, porém; mas não impossível. 




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