Devido à dor de uma perda que ocorreu no domingo - a morte repentina de minha cachorrinha de 8 anos, a Leona, não consigo deitar as cartas. Mas existe um site chamado Somos Todos Um onde há tiradas online grátis, e quando preciso, recorro a ele e tenho alguns insights importantes.
E olha que por quatro vezes, antes da morte dela, as tiragens que fiz para mim mesma falavam de perdas, dores e recomeços necessários, e que a maneira como eu os enfrentasse (com revolta ou resignação) definiriam meu crescimento espiritual. Mas eu não dei ouvidos, já que a minha cachorrinha, aparentemente, havia se recuperado com sucesso de uma doença grave mais ou menos não diagnosticada, a não ser pela trombocitopenia, e estava brincando, comendo e correndo muito melhor que antes da doença, quando ela aparentemente estava saudável.
Por que não confiamos nas tiragens que fazemos para nós mesmos?
Bem, a tiragem do site que fiz há poucos minutos mostrou-me a carta do Sol, arcano maior, seguida pelo dez de espadas:
A mensagem foi a seguinte: "O desenvolvimento de uma receptividade consciente em relação aos princípios vindos da Vontade Divina e uma capacidade de avaliação da armadilha do ego está se manifestando para a purificação da alma. O amor e a vida são inseparáveis e, onde vence o amor vence a vida e acende-se a chama da imortalidade e o fluir renovado de uma experiência. A separação reina no mundo material, e a união é a lei do mundo espiritual. A vitória sobre si mesmo, através da adaptação e transmutação de valores, resulta em um trabalho para o bem do mundo e de seus habitantes, e neste estagio as suas realizações pertencem a todos e se torna universal."
A leitura retrata bem meu momento atual, mostrando tudo o que sinto, o que tinha antes (O Sol) e que eu perdi (Como me encontro agora), e o que preciso aprender através disso.
Vai ser difícil, eu sei. Meu outro cachorrinho, desde que sua companheira se foi, se deixado sozinho uiva e treme, demonstrando a síndrome da separação. Li sobre isso e vi que terei que readapta-lo - e a nós mesmos - à nossa nova realidade. Não vai ser fácil, pois ele sofria dessa síndrome quando veio morar conosco, e a Leona (minha cachorrinha que faleceu) foi trazida para ser uma companheira para ele. E nesses oito anos, ela curou a síndrome dele.
Precisamos nos lembrar de que a perda não foi apenas nossa, humanos, e que ele necessita de tempo para se adaptar e recobrar sua confiança na vida, sentindo-se confortável se for deixado sozinho. Ontem à noite tentamos colocá-lo para dormir no canil, mas acordamos por volta da meia-noite com seus uivos, deitado no capacho da porta de entrada naquela noite fria e chuvosa, no escuro.
Não posso fazer isso com ele, não posso deixá-lo sofrendo até que ele "se acostume", como muitos fazem.
Ontem não trabalhei, mas hoje eu preciso retomar meu trabalho. Pelo menos eu vou tentar.
Mas foi difícil abrir a porta da área de serviço, onde meus cães dormem, e ver o chão totalmente limpo, a casinha vazia, e não ter a Leona entrando pela cozinha com toda a sua exuberância, soltando seus pelos por todo lado e se virando de costas para que eu a acariciasse. E eu sempre dizia: "Bom dia, meu amor! Que bom que você está aqui!"
Jamais deixei de saudar meus cães com 'bons dias' e declarações de amor e carinho. E jamais deixei de colocá-los na caminha para dormir à noite, desejando-lhes uma boa noite e colocando-os sob a proteção de São Roque, São Lázaro, São Francisco de Assis e Jesus Cristo. Nem sequer por um dia deixei de fazer isso.
Ontem limpei as marcas das patinhas dela no chão da cozinha e da área de serviço. Domingo foi a última vez que a vi. De manhã, estava saudável e alegre, e na hora do almoço, assim que desliguei o fogo da última panela de comida que eu preparava para o almoço, ela começou a passar mal. Em meia hora estava morta.
Ao chegarmos em casa da clínica, lembrei-me que havia preparado a comida favorita dela para o seu almoço: frango cozido. Mas ela não a comeu. Não deu tempo. Se ao menos eu tivesse preparado um dia antes!
Não está sendo fácil viver sem ela. Os brinquedinhos espalhados pelo quintal. Os pelos que encontro pelos cantos da casa, e ainda em uma muda de roupa minha. O silêncio no jardim, sem os latidos dela. As manhãs em que a porta se abre para o vazio.
Puxa... eu não tenho animalzinho, mas tenho amigos que tem e os que perderam por algum motivo, sofrem até hj. Sabado vi um rapaz muito jovem e bonito completamente desolado pq a gatinha branca dele havia fugido e ele andava pelas ruas procurando sem sucesso. Fiquei com muita pena dele, mas infelizmente não pude fazer nada, até tentei. Fica bem. Bju
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