Esta semana tem sido muito difícil para mim. Preciso
resolver algo importante, mas parece que tudo está muito nebuloso, o que tem me
causado insônia, ansiedade e muito medo. Sem perceber, eu de repente me
encontrei no meio de um turbilhão de pensamentos negativos. E o pior de tudo
isso, é que eu comecei a arrastar as pessoas que estão me ajudando a resolver o
problema para dentro desse turbilhão, causando nelas um sentimento geral de
impotência e ansiedade.
Meu deck de tarô parece até se encolher quando
eu o manuseio pela milésima vez em um só dia, procurando por uma resposta – que
é sempre a mesma: “Calma! Controle a ansiedade e aguarde o tempo das coisas.”
Ah, mas não é esta a resposta que eu busco! Eu quero saber qual será o desfecho
de tudo isso que estou passando. Daí fico de mal com o tarô e recorro a um dos meus oráculo, que me diz: “Aceite que o
processo é lento. Não tente apressá-lo, mas aos poucos vá se harmonizando com a
situação. Dance conforme a música e não apresse o passo.”
Mais claro do que isso, impossível!
E ontem à noite, uma das pessoas envolvidas no
processo (e que eu não conheço pessoalmente) me telefona e diz: “Entendo que
você esteja ansiosa e queira uma solução, mas você está passando sua ansiedade
para a equipe toda! Procure se controlar. Algumas coisas levam tempo!”
Quando meu marido chegou em casa, contei tudo a
ele, esperando que me demonstrasse algum tipo de solidariedade, mas ele apenas
respirou fundo e respondeu: “Ana, você sempre faz isso. Você deixa as pessoas
nervosas, você quer tudo para ontem. Não é nada fácil para quem está perto de
você.”
A ficha finalmente caiu. Porque eu nunca pensei,
nunca tinha percebido que eu sou assim.
Às vezes as pessoas me pedem para fazer
leituras para elas, e eu fico muito tempo me dedicando a isso, tentando colocar
as palavras nos lugares certos para que elas possam compreender o que o tarô
está dizendo. Dias depois, elas me pedem uma nova leitura sobre o mesmo
problema. E fico sabendo que a anterior sequer foi considerada, pois não tinha
a resposta que elas buscavam. Elas não querem saber da verdade, elas só querem
que a verdade seja o que elas desejam, o que me deixa irritada.
Mas ontem eu percebi que eu faço a mesma coisa.
Querer saber o futuro, querer antecipar os
acontecimentos como se o universo fosse submisso às nossas vontades é não
apenas vaidade, mas também muita... burrice! Porque a vida não mima ninguém
(Luiz Gasparetto vivia dizendo isso), e as coisas vão acontecer como elas tem
que ser, independentemente da nossa vontade ou da nossa irritação. Algumas coisas
nós podemos fazer acontecer, mas outras simplesmente acontecem quando chega o
tempo. Saber distinguir umas das outras e ter paciência é fundamental. E mesmo
que o resultado seja diferente do que esperávamos, a única coisa sensata a se
fazer é aceitá-lo e aprender, meditar sobre e deixar ir.
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