Se existe uma coisa que eu aprendi a respeito das leituras de tarô e do tempo, é que o tempo do tarô é bem diferente do nosso.
Às vezes, durante uma leitura, eu sou inclinada a dizer certa coisa sem saber nem mesmo o porquê, muito mais inspirada pela minha intuição do que apenas pelas cartas em si. Eu sinto que eu tenho que dizer aquilo, e então, eu digo. Quando se trata de uma leitura presencial (que eu não gosto de fazer, pois para mim, a ansiedade e as interrupções do consulente interferem na minha concentração), vejo o ar incrédulo com o qual eles recebem esses avisos.
E dias, meses ou até um ano depois, aquela coisa realmente acontece, mesmo que não faça parte do contexto do consulente no momento da leitura.
Quando se lê tarô, é quase impossível dizer em quanto tempo algo vai acontecer. E as pessoas são geralmente impacientes: se não for agora, não vai ser nunca!
Uma outra coisa que as pessoas confundem, e depois ficam dizendo que o tarólogo "errou" na leitura: A leitura muitas vezes mostra no momento da pergunta as tendências futuras, caso nada diferente seja feito. Uma leitura de tarô não é uma afirmação incontestável do destino.
Exemplo: suponhamos que o tarólogo diga, de um relacionamento, que a tendência é uma separação; ele quer dizer que, se nenhum dos dois mudarem de atitude, isso é o que está fadado a acontecer. Mas de repente, o casal começa a frequentar um conselheiro matrimonial, ou então a se empenharem mais para fazer dar certo, e as coisas mudam! Neste caso, a leitura levou-os à conscientização da necessidade de mudança, dizendo o que aconteceria se tudo permanecesse o mesmo. E outras vezes... mesmo apesar de todas as tentativas, o casal realmente acaba se separando.
Tarô não é jogo de adivinhar futuro; ele até pode fazer previsões, mas a principal função de uma leitura de tarô - uma que seja realmente boa - é a de trazer reflexões e ajudar o consulente a promover mudanças necessárias, enxergando coisas a um nível subconsciente.